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Quem a ouve não esquece... Voz exuberante e inconfundível à serviço da alma, refletindo a entrega de quem não teme se doar por inteiro. O poder e a sensualidade da voz negra que tinge a aquarela da música brasileira de marrom, com todo o suingue, brilhantismo e carisma de quem tem certeza que não está aqui por acaso. Vinte e oito discos de ouro e oito de platina, sendo dois deles de platina duplo. Inúmeros prêmios da MPB: Sharp de Música, Caras, Globo de Ouro, Rádio Globo, o Antena de Ouro, Tim, entre outros. Além desses, prêmios de grande vulto internacional como O Pensador de Marfim (concedido pelo Governo de Angola), Personalidade Negra das Artes (concedido pelo Conselho Internacional de Mulheres) e A Voz da América Latina (concedido pela ONU). Este blog é dedicado à cantora mais popular do Brasil. Filha do nosso chão, orgulho nosso. Uma mulher, uma negra, uma nordestina, uma brasileira guerreira: Alcione, a Marrom!

16 fevereiro, 2018

Mangueira e Marrom: que as flores sejam dadas em vida!


Neste último dia 11, Mauro Ferreira, crítico musical carioca, publicou em sua coluna no G1 um texto falando sobre a homenagem que a Mocidade Alegre prestou à Alcione no Carnaval de São Paulo e o fato da Mangueira, escola da cantora, ter deixado passar a oportunidade de homenageá-la por ocasião dos seus 70 anos de idade.

"Embora tenha nascido no Maranhão, terra do bumba-meu-boi e do tambor de crioula, Alcione caiu bem no samba quando veio em 1968 para a cidade do Rio de Janeiro (RJ) tentar a carreira de cantora. Alcione não somente caiu no samba em si, ritmo dominante em boa parte da discografia plural da intérprete, como entrou numa escola de samba. O elo da Marrom com a carioquíssima Mangueira é tão forte que causa estranheza a escola verde-e-rosa nunca ter desfilado com um enredo em tributo a essa artista que tanto tem divulgado a agremiação ao longo desses 50 anos de Rio. Inclusive com o engajamento público em relevantes projetos sociais como Mangueira do Amanhã, celeiro de formação de ritmistas mirins na comunidade da escola. Atenta aos sinais, a escola paulistana Mocidade Alegre aproveitou a efeméride dos 70 anos de vida de Alcione – completados em 21 de novembro de 2017 – e saiu na frente com o enredo A voz marrom que não deixa o samba morrer, com o qual desfilou na madrugada deste domingo de Carnaval, 11 de fevereiro, no segundo e último dia de apresentações oficiais das escolas de São Paulo no Carnaval de 2018."

(...) "O enredo da verde-e-rosa para este ano (Com dinheiro ou sem dinheiro eu brinco, de tom crítico) é fantástico, além de necessário, e redime a Estação Primeira, neste Carnaval, de não celebrar Alcione. Mas seria bom e justo que, em um próximo Carnaval, a escola olhasse com mais generosidade para quem, como Alcione (...), sempre fez muito pela Mangueira sem nada esperar em troca. Que as flores sejam dadas em vida na avenida Marquês de Sapucaí!"

Quem acompanha a Marrom, sabe muito bem que ela já espalhou aos quatro ventos que jamais aceitaria ser enredo da sua escola. Isso porque ela acredita que há outros mangueirenses que mereceriam ser enredo antes dela. Mas ela, por acaso, já recebeu este convite para recusá-lo? Que ela merece, ela merece sim! E muito! Se a Mangueira e a comunidade quiserem, desejarem, impuserem, não há como ela recusar! Imaginem o que seria um carnaval destes? Sem tirar o mérito e importância de tantos valorosos mangueirenses, mas a Mangueira celebrando a Marrom iria fazer história! E como diz Mauro Ferreira, que as flores sejam dadas em vida! Vocês concordam?

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